sexta-feira, setembro 30, 2011



Tú és criança demais guri, demais. Não sabes disso, eu sei, mas ainda não sabes de nada. Não sabes, por exemplo, que não devias maltratar assim alguém que te quer tão bem só pelo prazer de estar certo, ou de não estar errado (porque - eu espero que disto tú saibas - não há verdades, não há certezas, só há a dúvida), não sabes também que sorrir é sempre melhor do que manter essa cara amarrada. Mesmo que a piada seja ruim, não importa, só sorria. Não sabes, mas eu sorrio tanto exatamente por isso, por falta de opção melhor. Sorria mais, mesmo que doa, não importa. Sorria muito, sozinho, comigo, com ela, do mundo. Teu sorriso é bonito assim por um motivo…
— Clara D. in Notas para um virgem 

sábado, setembro 24, 2011

quarta-feira, setembro 21, 2011


“Não foi desejo. Nem vontade, nem curiosidade, nem nada disso. Foi um  choque elétrico meio que de surpresa, desses que te deixa com o corpo  arrepiado, coração batendo acelerado e cabelo em pé . Foi sentimento .  Não foi planejado, nem premeditado. Foi só um querer estar perto e  cuidar, tomar todas as dores e lágrimas como se fossem suas. A vontade e  o desejo vieram depois, bem depois. Não foi um lance de corpo, foi um  lance de alma. Não foram os olhos, nem os sorrisos, nem o jeito de andar  ou de se vestir, foram as palavras. Uma saudade e uma urgência daquilo  que nunca se teve, mas era como se já tivesse tido antes. Foi amor. É  amor.” Tati Bernardi
Faço-me disponível se o encontro for com você. Faço-me em flores para sentir suas mãos. Faço-me riso, para encaixar-me em seus lábios. Faço-me abraço, para me perder em seus braços. Faço-me música, para te relaxar. Faço-me sombra, para te acompanhar. Faço-me alma, para ser igual. Faço-me paz para te acalmar. Transformo-me em arrepio, para percorrer seu corpo. Faço-me metade, para que juntos formemos todo. Faço-me amanhã, para ser tua dúvida. Faço-me hoje, para te trazer certeza. Faço-te companhia, para espantar sua tristeza. Faço-me lágrimas, para ser teu mais íntimo segredo. Faço-me luz, para te livrar do medo. Faço-me colo, para te passar confiança. Faço-me passado, para ser tua lembrança. Faço-me fé, para te levar esperança. Faço-me caminho, para guiar teus passos. Faço-me ego, para ser teu aliado. Faço-me inspiração, para surgir do coração. Faço-me amor, para estar sempre em ti. Desfaço-me em motivos, para que não saias daqui.
“Mas eu insisto em nós e vim aqui te pedir cuidado. Não me deixa ir embora.”
“Não foi desejo. Nem vontade, nem curiosidade, nem nada disso. Foi um choque elétrico meio que de surpresa, desses que te deixa com o corpo arrepiado, coração batendo acelerado e cabelo em pé . Foi sentimento . Não foi planejado, nem premeditado. Foi só um querer estar perto e cuidar, tomar todas as dores e lágrimas como se fossem suas. A vontade e o desejo vieram depois, bem depois. Não foi um lance de corpo, foi um lance de alma. Não foram os olhos, nem os sorrisos, nem o jeito de andar ou de se vestir, foram as palavras. Uma saudade e uma urgência daquilo que nunca se teve, mas era como se já tivesse tido antes. Foi amor. É amor.” 

Tati Bernardi

domingo, setembro 11, 2011

domingo, setembro 04, 2011

De si. Do outro. Do amor.


 Guarde este recado: Alguma coisa sempre faz falta. Guarde sem dor, embora doa, e em segredo.           Caio Fernando Abreu
"Acho tão bonito casais que duram. Não importa o tempo, o que vale é a intensidade. Querer estar junto vale muito mais do que estar junto há 20 e tantos anos só por comodidade. Sei que estou falando obviedades, mas hoje vi um casal de velhinhos na rua. Acho que o amor, quando é amor, tem lá suas dores bonitas. A gente vê uma cena e o coração fica emocionado. Nos dias de hoje, com tanta tecnologia, com tanta correria, com tanta falta de tempo, com tanto olho no próprio umbigo e nos próprios problemas, com tanta disputa pelo poder, pelo dinheiro, por ter mais e mais, sei lá, acho bonito ver um casal de velhinhos na rua. A mão, enrugadinha, segura a outra mão. A outra mão, por sua vez, segura uma bengala. Falta equilíbrio, sobra experiência. Falta a juventude, sobra história para contar. Falta uma pele lisa, sobram marcas de expressão que contam segredos. Envelhecer não é feio. Em tempos de botox, a gente devia olhar um pouco para dentro. De si. Do outro. Do amor."