domingo, janeiro 27, 2013
terça-feira, janeiro 22, 2013
segunda-feira, janeiro 21, 2013
domingo, janeiro 20, 2013
sábado, janeiro 19, 2013
quinta-feira, janeiro 17, 2013
quarta-feira, janeiro 16, 2013
O amor comeu...
O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.
João Cabral de Melo Neto
terça-feira, janeiro 15, 2013
segunda-feira, janeiro 14, 2013
Horizonte
Noite á toa, sentimento de querer bem,como é bom gostar de alguém.
Nem sempre a vida trás de volta o que o tempo separou do coração.
Vontade de recomeçar sem medo, sem medo.
Abrir a porta e caminhar na direção dessa verdade.
Que bom que o seu amor me escolheu,que bom que o seu sorriso trouxe a força.
Me deu coragem, e o bastante pra dizer...
Que eu posso seguir tranquila, sem pressa pra voar.
Eu posso chegar bem longe.
Eu posso ganhar o Mundo.
Mas hoje eu só quero o horizonte e você comigo!
domingo, janeiro 13, 2013
sábado, janeiro 12, 2013
Tio
Três longos anos se passaram sem você, e a saudade continua imensa... São pequenas coisas, sabe, pequenas mesmo… mas que fazem uma diferença tão grande e que às vezes a gente só percebe quando simplesmente elas não existem mais. É saudade… que dói e que não tem como remediar. Não é tristeza, é só saudade! Vontade de estar perto, de abraçar, de conversar…Às vezes sinto tua presença aqui comigo, eu me lembro dos teus abraços raros, e da tua gargalhada, recordo das tuas historias, e ficava admirando toda aquela vontade de viver que só você tinha. Meus olhares percorre por toda aquela casa sem você procurando um simples motivo para amenizar sua falta, às vezes acho que vou te ver já já, eu busco para lá e para cá o teu sorriso e o teu jeito de andar. As pipas, as batatas com casca, a vontade de comer doce, as brigas,os risos ,o vídeo game, vão ficar marcados na minha cabeça. Eu realmente sinto tua falta, eu tento compreender até hoje a tua ausência. Mais fique sabendo, que aonde quer que você esteja, e aonde quer que eu vá, eu sei que você ainda continua do meu lado e no meu coração...
quarta-feira, janeiro 09, 2013
Ficamos sentados em silêncio, contemplando o mundo à nossa volta. Levamos uma vida inteira para aprender isso. Parece que somente os velhos conseguem ficar sentados desse jeito, um ao lado do outro sem nada dizer, e ainda sim se sentirem contentes. Os jovens, irrequietos e impacientes, têm sempre de quebrar silêncio. É um desperdício, porque o silêncio é puro. O silêncio é sagrado. Ele aproxima as pessoas, porque só quem se sente confortável ao lado de outra pessoa pode ficar sentado sem falar. Esse é o grande paradoxo.
Nicholas Sparks
domingo, janeiro 06, 2013
sexta-feira, janeiro 04, 2013
"A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as conseqüências destas ações. Lembrem-se: suas escolhas têm cinquenta por cento de chance de darem certo, mas também cinquenta por cento de chance de darem errado. A escolha é sua."
Pedro Bial
Olhos Certos
Sorte de nós dois
Quero te fazer feliz
Meu amor, sempre quis
Mesmo sem te ver
Não chegou ao fim
Seu amor, tudo em mim...
Detonautas
Falo sozinha.
Eu admito ser estranha. Falo sozinha, começo a cantar do nada, faço careta pro vento, ensaio caras e bocas na frente do espelho, faço meus concertos debaixo do chuveiro, coloco o volume no último quando tô com fone no ouvido e canto mais alto que a música, encaro as pessoas no ônibus, tenho mania de perseguição, às vezes acho que o mundo me odeia, fico sem graça até pela internet, experimento roupas, faço de conta que sou única e às vezes saio dançando pelo quarto.
quinta-feira, janeiro 03, 2013
quarta-feira, janeiro 02, 2013
terça-feira, janeiro 01, 2013
"Eu me perdoo porque em vários momentos, fui injusta com vocês, comigo. Deixei que as minhas expectativas se tornassem exigências e julguei pessoas inteiras por causa de uma única atitude. Eu me perdoo porque na tentativa diária de acertar, cometi inúmeros erros por medo de errar. Fui áspera quando estava assustada e precisava pedir abraço, ajuda. Fui dócil por interesse, por necessidade de ser aceita para minha falsa completude. Eu me perdoo porque, não estando inteira para mim, doei fragmentos do que eu tinha, fui cínica com a minha poesia, falei de amor quando o que eu sentia era carência. Eu me perdoo por tantas vezes, não perdoar tua displicência, invadir tua individualidade, reclamar tua ausência. Eu me perdoo pela falta de compreensão e paciência com as minhas limitações e com as suas. Eu me perdoo por tirar a roupa quando você queria me sentir emocionalmente mais explícita, não apenas me ver nua. Eu me perdoo por ter me anestesiado tanto tempo e desrespeitado minha angústia, negligenciado qualquer aprendizado que trouxesse sofrimento. Eu me perdoo por rasurar com minhas autocríticas, os meus melhores momentos. Eu me perdoo porque sou imperfeita e humana, mas já pretendi a perfeição do Outro, mesmo não havendo importância ou a possibilidade disto. Por querer receber aquilo que nem eu tinha para dar. Por insultar querendo que a mudança fosse alheia porque julgava ser do Outro o medo de transcender, de transmutar. Eu me perdoo por ter vivido por tantos anos sem me perdoar."
Marla de Queiroz
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