segunda-feira, março 21, 2011

Não quero correr o risco horrível de ser fria!

É que ninguém percebeu a verdade sobre as cobertas: elas não esquentam, só conservam o nosso próprio calor. Acho que é por isso que de vez em quando a gente fica torcendo pra que algo dê errado, só assim nos apoiaríamos mais, nos abraçaríamos com mais força pra esquentar o inverno, o cobertor gelado e o coração. Olhamos para as luzes dessa cidade e dá vontade de não sair do quarto, porque sabemos que as situações lá fora são muito mais claras, e tudo o que queremos é um espacinho pra nos escondermos, pra que o externo não nos encontre, pra que o desencontro perca-se nas ruas, não em nossas vidas. E mesmo que depois de olhar pela janela me dê vontade de passear de carro e girar o volante por caminhos secretos, prefiro prestar serviço ao cobertor, porque não quero correr o risco horrível de ser fria, não quero brincar com o amor. Mas sou brinquedo deste sempre que ele veste inocência e aparece dizendo:
Cheguei, e vou logo avisando que quero ficar

Nenhum comentário: