segunda-feira, maio 30, 2011

Mulheres-meninas

Mulheres-meninas, meninas-mulheres. Frágeis, rudes, poderosas. Horas serpentes, momentos borboletas. Sinceras, tímidas, felizes. Presença indiscutivelmente prazerosa, e ausência inexplicavelmente amarga. Mães-amigas, irmãs. Inimigas insaciáveis, alternância de humor de minuto em minuto. Sensíveis, carinhosas, fortes. Overdose de amor. Algumas sem tempero, outras quentes. Caladas, engraçadas, calmas. Nós e elas, fogo e água. Fácil compreendê-las? Quem conseguir que me explique. Criam mistérios à todo momento, fogem da verdade sem nenhuma vergonha. Iludem, maltratam, sentem falta. Choram, gritam, amam. Intensas, verdadeiras, românticas. Incontáveis características, muitas virtudes, vários defeitos. Entretanto, são inseguras. E ao meu ver, esse é o pior defeito. Por que tanta incerteza? Por que tanta confusão? Vocês dizem que nós homens, somos difíceis, somos insensíveis, somos mentirosos. Mas e quanto a vocês? Pra quê tanto charme? Qual o motivo de tantas perguntas? Esqueçam isso, abram essa janela, soltem esse cabelo. Façam compras, esqueçam do mundo, esqueçam de nós. Mas voltem logo por favor. Não entendo a razão de tanto mistério, tanta malícia. Se o objetivo dessas artimanhas é nos enlouquecer, vocês possuem êxito na maioria das vezes. Nos encantam, nos apaixonam, nos enganam. Até sem querer, até sem saber. Por que tornam tudo mais difícil? É para valorizarmos mais? é isso? Parabéns então. Por que sempre preferem ouvir? Nós homens também gostamos de nos sentir importantes. Também gostamos de saber o que pensam. Também passamos noites em claro, e também choramos no ombro do melhor amigo. Nós também possuímos sentimentos ao contrário do que a maioria acha. O modo como sorriem, como caminham, até mesmo como falam. E o modo como fingem não querer? Tudo isso nos tornam prisioneiros. Presos à uma atração sem limite, que com o passar do tempo cresce, vira amor, vira “sentir”, ganha valor. Por que tantas indiretas? Por que tantos sussurros, tantas declarações sem sentido? É, sem sentido seria uma boa definição. Só peço que também colabarem conosco. O que custa dizer de uma vez que também querem, que também sentem, que também amam? Se fingem de fáceis, se mostram autoritárias, fogem de si mesmas. Tanto esforço para um final já conhecido. Mulheres, libertem-se, qual é a de vocês? Me digam, o que realmente querem de nós? Nos ajudem, nos falem, demonstrem. Provoquem, ameaçem, falem alto, neguem tudo. Mas depois diga-nos o que realmente desejam. Homem também sofre, homem também sente aquele aperto no peito. Aquela mesma insegurança que vocês tanto reclamam, aquele mesmo arrepio que inicia na nuca e desce até ao umbigo, nós também sentimos. Só peço que facilitem, digam não ou sim de uma vez só, sem enrolações, sem “blá blá blá”, sem meias verdades. Freud? Einstein? Aristóteles? Elas próprias? Quem tem o poder de decifrá-las? Não sei, perca de tempo tentar. Sorrisos, abraços, perfumes. TPM’s sem fim, lágrimas que não cessam, flores devolvidas. Chamadas perdidas, palavras esquecidas, sentimentos adormecidos. Vezenquando leoas, outrora mariposas. Falar é fácil, agora entendê-las? Aí já é querer demais (…)


Mateus Freitas





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