segunda-feira, maio 09, 2011

Quero implorar!

Quero implorar aos veículos que parem de atropelar passarinhos, parem de chocar seus pára-brisas com as borboletas da estrada. E que se é impossível cortar a chuva, que eles desistam de espichar água nas pessoas, já tão decepcionadas com essa vida, tão devastadas de tanta tentativa de entendimento, tão pobres de si mesmas. Não dá mais para ouvir ninguém reclamando da comida gelada do self-service, porque a gente às vezes é mais fria que ela, fazendo vista grossa com o mundo, só que num sentido ao avesso, porque a comida fica exposta e tudo o que a gente aprende a fazer é se esconder, se proteger. Foi-se o tempo em que corríamos na chuva. Agora é perigoso. Sair na chuva vai provocar uma gripe, um assalto, uma queda e um braço quebrado. É melhor ficar em casa, não topando fazer nada além de assistir ‘Topa ou Não Topa’, topando tudo por dinheiro assim como a maioria toparia. Chega uma hora em que é preciso parar e se distanciar muito dessa insanidade. E quer saber… Quem veio primeiro foi a frieza ou a modernidade? É a mesma coisa que perguntar sobre o ovo e a galinha.

Um comentário:

Anônimo disse...

saudades minha menina (L)