segunda-feira, novembro 22, 2010

Não era amor, era melhor!

Eu não pretendia que fosse tão longe como foi. E eu não pretendia me aproximar tanto e dividir o que nós dividimos. E eu não pretendia me apaixonar, mas me apaixonei. E você não pretendia me corresponder, mas eu sei que correspondeu.
Era uma diversão, uma paixonite, um jogo entre adultos. Talvez este seja o ponto. Talvez eu não seja adulta o suficiente para brincar tão longe do meu pátio, do meu quarto, das minhas bonecas. Onde é que eu estava com a cabeça, de acreditar em contos de fada, de achar que a gente muda o que sente, e que bastaria apertar um botão que as luzes apagariam e eu voltaria a minha vida satisfatória, sem sequelas, sem registro de ocorrência?
Eu não amei aquele cara. Eu tenho certeza que não. Eu amei a mim mesma naquela verdade inventada.Não era amor,era uma sorte. Não era amor, era uma travessura. Não era amor, eram dois travesseiros. Não era amor, eram dois celulares desligados. Não era amor, era de tarde. Não era amor, era inverno. Não era amor, era sem medo.Não era amor, era melhor!

Martha Medeiros em Divã 

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